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Aproveite o “Dia do Silêncio” para um revigorante momento de oração e comunhão com Deus

Edifique-se com um trecho de Inspiratio, livro escrito por Osmar Ludovico

Hoje, 7 de maio, comemora-se o Dia do Silêncio, uma ocasião oportuna para refletir sobre a importância dos momentos de solitude, calma e descanso, não apenas para os ouvidos, mas para o coração e a mente. Para animá-lo a fazer uma pausa revigorante ainda hoje, compartilhamos um trecho do livro Inspiratio, escrito por Osmar Ludovico, pastor reconhecido em temas relacionados à espiritualidade e revisão de vida.   

Na obra, Osmar propõe uma caminhada de fé que vai na contramão dos modismos, dos grandes espetáculos, da religiosidade superficial, do que é exuberante mas vazio. Ele incentiva um retorno ao simples, ao silencioso, ao pequeno e ao profundo como o caminho para um encontro sem igual com Deus.

Altamente edificante, Inspiratio toca em assuntos que interessam à alma humana sequiosa por transcendência, pertencimento e sentido existencial, por meio de temas que encontram no sagrado, no divino e no eterno respostas e caminhos para os grandes dilemas humanos.

Leia abaixo um trecho do livro e aproveite o Dia do Silêncio para uma leitura inspiradora e um momento de serenidade e oração.

Uma caminhada silenciosa

Por Osmar Ludovico, em Inspiratio

O Novo Testamento cita diferentes homens chamados Simão: Simão, chamado Pedro, o discípulo de Jesus (Mt 10.2); Simão, o cananeu, outro discípulo (Mt 10.4); Simão, o irmão de Jesus (Mt 13.55); Simão, o leproso (Mt 26.6); Simão, homem que trabalhava com couro (At 9.43); e Simão, o feiticeiro (At 8.9-24). Com tantos personagens nas Escrituras com esse nome, acabamos por não prestar muita atenção em Simão, o cireneu, mencionado em apenas três versículos.

Quem foi, afinal, Simão, de Cirene, cidade localizada no norte da África, e o que aconteceu com ele de tão importante para ele ser mencionado nos evangelhos? Diz o texto bíblico: “No caminho, encontraram um homem chamado Simão, de Cirene, e os soldados o obrigaram a carregar a cruz” (Mt 27.32); “Um homem chamado Simão, de Cirene, passava ali naquele momento, vindo do campo. Os soldados o obrigaram a carregar a cruz. (Simão era pai de Alexandre e Rufo.)” (Mc 15.21); e “Enquanto levavam Jesus, um homem chamado Simão, de Cirene, vinha do campo. Os soldados o agarraram, puseram a cruz sobre ele e o obrigaram a carregá-la atrás de Jesus” (Lc 23.26).

Simão, de Cirene, tem um único contato com Jesus, curto e discreto, mas intenso. Ele não diz nada e com ele podemos aprender muito! No pátio do palácio de Pilatos, Cristo é condenado à morte diante da multidão, dos dignitários e do contingente de soldados romanos armados. Em seguida, ele é açoitado, recebe uma coroa de espinhos, toma pancadas na cabeça, é vestido com um manto púrpura, é zombado, ultrajado e humilhado. A tradição romana exigia que o próprio condenado carregasse a cruz até o local da execução, e é o que Jesus começa a fazer.

Impossível saber hoje qual seria a distância do pretório até o Gólgota. A tradição e arqueólogos estipulam que seriam cerca de quinhentos metros. Em algum lugar desse trajeto, Simão é obrigado a carregar a cruz de Cristo. No caminho, possivelmente vergado pelo peso do madeiro e debilitado pela tortura, Jesus diminui o passo. Os soldados romanos tentam resolver o problema e apressar a caminhada selecionando um homem no meio da multidão, um judeu que provavelmente estava em Jerusalém para a festa da Páscoa. Ele vinha do campo, por motivos que desconhecemos. Seu nome é Simão, que quer dizer “aquele que ouve ou é ouvido por Deus”.

Nós não sabemos o que teria acontecido no breve espaço de tempo em que Simão caminhou em direção ao Gólgota ao lado do Cristo humilhado e ferido. Simão nos é apresentado como alguém que vive essa experiência de intimidade e proximidade com Cristo em silêncio. Parece que não aconteceu nada, mas aconteceu tudo. Certamente, ao longo desse caminho difícil, diante de uma multidão hostil e cercado por experientes soldados armados, Simão viveu uma experiência única sem qualquer paralelo nos evangelhos: ele carregou a cruz de Cristo.

Todo discípulo é convidado a tomar a cruz e seguir Jesus Cristo. Simão viveu literalmente essa graça. Ao caminhar o lado de Jesus, Simão contempla qual seria o destino de todo ser humano. E ele ajuda nosso Salvador a morrer em nosso lugar. E isso basta para que, na simplicidade, sejamos tocados pelo olhar amoroso daquele que caminha resoluto para a cruz a fim de dar a sua vida pelo perdão dos pecados, pela comunhão eterna com Deus.

Três versículos curtos e lacônicos. Uma pequena e inesperada caminhada. Um momento de intensa intimidade silenciosa com Cristo. Depois, Simão desaparece silenciosamente, como quem se esconde no coração de Deus. Mas a história não termina aí. Não se pode afirmar com toda a certeza, mas gosto de pensar que o Rufo mencionado por Marcos como filho de Simão é o mesmo Rufo referido por Paulo como “quem o Senhor escolheu” (Rm 16.13). Uma possível indicação de que, por meio daquele encontro marcante na via sacra, Simão se tornou um discípulo de Cristo e, consequentemente, também sua família.

Simão esteve com Cristo bem pouco tempo e certamente não esqueceu nunca mais aquele encontro. Por isso, fica o registo desses versículos na Palavra, para que todos nós participemos com Simão daquele momento de revelação e intimidade. •

Bibliografia:

Ludovico, Osmar – Inspiratio. 1. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2017. Págs. 183-185

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