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O que o pastor e a pastora não podem perder de vista no trabalho ministerial?

Saiba mais sobre o assunto ao ler um texto de Ziel Machado, publicado em “Missão urbana: Servindo a Cristo na cidade

Na presença de Deus e de Cristo Jesus

Por Ziel Machado em Missão Urbana: Servindo a Cristo na cidade

Quais são as implicações de liderar “na presença de Deus e de Cristo Jesus”? Essa elocução solene e enfática provoca uma reavaliação de perspectiva, chamando nossa atenção para o fato de que o ministério não é exercido diante de meros olhos humanos.

Lembro-me bem que, na infância, eu tinha muita clareza sobre o que me era permitido ou não fazer quando minha mãe estivesse presente. Por exemplo, falar gritando em casa: isso, em hipótese alguma, era permitido na presença de minha mãe.

Sempre tínhamos de usar um tom de voz baixo para conversar. Às vezes, sem saber que minha mãe estava por perto, eu chamava, aos gritos, minha irmã pelo nome, até ver o rosto contrariado de minha mãe, o que me fazia baixar a voz no mesmo instante. Sua simples presença bastava para que eu me corrigisse.

Com que perspectiva eu exerço meu ministério? Diante de quem eu o exerço? Quando eu perco a Presença de vista, minha ação ministerial se transforma em jogo de poder, um exercício narcisista de influência que espera o devido reconhecimento, numa infeliz dinâmica de narcisismo complementar.

Nesta sociedade do espetáculo, que cultua os mais fortes e mais capazes, perder a perspectiva da Presença é incorrer no erro de se confundir quanto à verdadeira fonte de nossa aprovação ministerial. Ela deve vir, sempre, do Deus que nos chamou, em cuja presença o ministério é exercido.

A vocação ministerial não provém de nossas fortalezas pessoais, tampouco é uma demonstração performática de nossos talentos e habilidades. O ministério pastoral nasce do encontro da graça de Deus com a minha mais profunda debilidade.

“O ministério pastoral nasce do encontro da graça de Deus com a minha mais profunda debilidade.”

Ziel Machado

Diante de Deus e de Jesus Cristo, diante da Presença, quem pode se apresentar como suficiente? É, portanto, desse encontro de nossa admissão honesta de insuficiência com o chamado sublime do Senhor que nasce a nossa vocação, que nasce o nosso ministério. A consciência viva dessa Presença, diante de quem estamos todo o tempo, corrige por completo nossa perspectiva ministerial.

Quando, porém, nos esquecemos dessa Presença, somos tomados pela ilusão de que podemos conduzir as pessoas por caminhos que nós mesmos desconhecemos, pois desconsideramos nossa humanidade e suas limitações. E não é que nossa humanidade seja um empecilho à vocação — do contrário, quem poderia ministrar? —, mas são os nossos pecados que podem, sim, atuar como obstáculos ao chamado. Se não nos atentarmos a isso, acabaremos por assumir mais encargos e responsabilidades do que seríamos capazes de suportar.

Essa profunda consciência de nossas limitações também reorienta nosso olhar em relação a nós mesmos e em relação ao próximo, de quem somos chamados a cuidar. Sem uma perspectiva humilde de nossa humanidade e sem uma perspectiva reverente da Presença, perdemos o devido respeito ao tratar do outro e mais uma vez nos esquecemos de que pastorear, entre outras coisas, é aprender a habitar na dor alheia.

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Ele foi extraído do livro Missão urbana: Servindo a Cristo na cidade, publicação especial em comemoração aos 30 anos do Seminário Servo de Cristo.

Missão urbana percorre todo o conjunto de disciplinas necessárias para uma apresentação bíblica, equilibrada e integrada acerca da ação da igreja no contexto urbano, geralmente marcado por desigualdade, maldade, solidão, estresse e pecado.

Por meio de temas que variam entre comunicação, espiritualidade, oração, ética, escatologia e questões pastorais, a obra reúne textos escritos por teólogos renomados, numa proposta multidisciplinar com enfoques específicos que vão desde a exegese e a teologia bíblica até a teologia sistemática e a teologia prática.

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