Leia entrevista com Marcos Grava, presidente da instituição, e saiba mais sobre esse belíssimo ministério
Criada em 1981 por João Leite, o “Goleiro de Deus”, Baltazar, o “Artilheiro de Deus”, e outros esportistas, a Missão Atletas de Cristo (ADC) tem por objetivo propagar o Evangelho pelo mundo por meio da linguagem universal do esporte. Em quase quatro décadas de atuação, a entidade tem alcançado homens, mulheres, jovens e crianças em várias partes do globo, levando ajuda humanitária e a mensagem transformadora de Jesus Cristo a localidades como África do Sul, Austrália, Burundi, Chile, Indonésia, Fiji, Japão, Madagascar, Malásia, Mianmar, Moçambique, Quênia, Singapura, Tailândia, Uganda, Vietnã, entre outras. Um dos ministérios cristãos mais significativos em âmbito mundial, ADC tem conquistado prestígio de importantes interlocutores do mundo esportivo, graças ao bom comportamento e testemunho de vida dos vários atletas que vestem a camisa da missão.
Aproveitando o clima da Copa do Mundo de 2018, conversamos com Marcos Grava, ex-atleta de handebol e atual presidente da Missão Atletas de Cristo. Na conversa, Marcos compartilha curiosidades sobre o trabalho e oferece informações para quem deseja juntar-se a esse movimento inspirador. Confira!
Mundo Cristão: Atletas de Cristo. O que é?
Marcos Grava: Atletas de Cristo é uma missão interdenominacional que atua no alcance de esportistas e espectadores, independentemente da modalidade, nível de prática, sexo ou idade, cooperando com a igreja local e outras organizações cristãs. Não somos uma religião, tampouco uma igreja. Não somos um sindicato de desportistas, nem um time de futebol ou de qualquer outra modalidade esportiva. Somos uma entidade sem fins lucrativos cujo objetivo é promover por todos os meios a proclamação do Evangelho através do esporte.
Em quais lugares atuam?
Hoje, estamos em 13 estados brasileiros, através de 22 grupos locais. Também temos grupos na Itália, no Japão, em Portugal, e estamos chegando aos Estados Unidos.
Quais atividades desenvolvem?
Os Grupos Locais, que consideramos a espinha dorsal do movimento, atuam na edificação dos atletas e de seus familiares por meio de encontros semanais contextualizados com a sua realidade. Além dos Grupos Locais, ADC mantém atividades missionárias enviando equipes e voluntários do esporte para eventos esportivos nacionais e internacionais. Para isso, capacitamos voluntários com treinamentos anuais de Capelania Esportiva, Ministérios Esportivos e uso do futebol como ferramenta missionária. Para promover essas ações, mantemos um programa de rádio na Rádio Trans Mundial (RTM) e um de televisão na TV Boas Novas.
Quem pode participar? Como?
Atletas de Cristo está aberto a todos os esportistas e simpatizantes que desejam conviver com outros cristãos praticantes do esporte. Acessando nosso site www.atletasdecristo.org, o interessado saberá como participar de nossos grupos locais, como abrir um em sua cidade ou como agendar a visita de nossos representantes em sua igreja. Ao visitar o site, o interessado também ficará por dentro de como participar de nossos cursos e congressos anuais.
De que forma a organização é mantida?
Por meio de doações e ofertas de pessoas que compreendem a importância da estratégia da Missão Atletas de Cristo no cumprimento da grande comissão.
Os Atletas de Cristo promovem viagens missionárias, com forte foco em ajuda humanitária. De que maneira identificam um local que precisa de intervenção promovida pela organização?
Temos parceria com outras organizações que nos ajudam a identificar oportunidades para servir, como o caso da Missão AME, que mantém a Rede SOS, da qual Atletas de Cristo é filiada. Por meio dessa parceria, por exemplo, atuamos no socorro às vítimas do Ciclone Nargys, em Mianmar, no ano de 2008.
Em Mianmar, pudemos impactar a vida de centenas de milhares de pessoas com a presença de uma equipe de atletas cristãos e de jogadores profissionais de futebol. Além disso, levantamos recursos para a reconstrução de escolas e hospitais afetados pela tragédia. Outra ação que nos emociona muito aconteceu no ano de 1987, por meio da parceria da Missão Atletas de Cristo com uma organização internacional. Na ocasião, distribuímos no Brasil 3 milhões de cópias do livro “Força para viver”, tendo como divulgador da campanha o atleta de Cristo Silas, ex-jogador do São Paulo e da Seleção Brasileira. Como resultado da iniciativa, 600 mil pessoas retornaram um cartão-resposta declarando que aceitaram Jesus Cristo como Salvador.
De que maneira o esporte se torna uma ferramenta eficaz para a propagação do Evangelho e dos princípios cristãos?
Um conceito defendido por Atletas de Cristo desde a sua fundação é que o esporte é uma linguagem universal por excelência. Isso significa que em qualquer cultura mundial, o esporte fala uma língua compreensível por grande parte da sociedade, ultrapassando barreiras étnicas e culturais. Através do esporte, todo tipo de mensagem tem sido comunicado, seja ela comercial ou ideológica. Hitler, por exemplo, utilizou os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, para tentar comunicar ao mundo a tese da supremacia ariana. O líder nazista foi frustrado por um corredor negro, o norte-americano Jesse Owens, que conquistou quatro medalhas de ouro naquela mesma Olimpíada.
Quando um jogador de futebol ou um atleta de alto nível entrega o coração nas mãos de Jesus, abre-se um gigantesco espaço para a divulgação da mensagem da salvação. Sua vida, muitas vezes evidenciada na mídia, funcionará como um outdoor vivo da transformação que Deus pode operar em uma pessoa. Mesmo aqueles que não ocupam posição de destaque na mídia esportiva tornam-se respeitados pelas demais pessoas em seu ambiente de convivência.
Outra influência desses esportistas ocorre muitas vezes à distância, de forma desconhecida por eles. Seu reconhecimento pelo público em geral permite a um cristão comum uma espécie de gancho para iniciar uma conversa com um amigo ou outra pessoa que se interesse por esporte. Assim, pode introduzir o assunto da fé em Jesus. Boa parte desses amigos, especialmente na cultura individualista e consumista das grandes cidades, tem desenvolvido uma espécie de imunidade aos assuntos espirituais, o que dificulta muitas formas de acesso através dos modelos tradicionais. O esporte, neste caso, funciona como um gancho, como um pretexto interessante.
Nossa sociedade necessita de um modelo para a prática esportiva ética, que respeita os valores e ideais do esporte, suas regras, os torcedores e os adversários, que mostra para o atleta que seu alvo maior nunca deve ser a conquista de uma medalha ou de um troféu, mas a glória de Deus. Quando olhamos para o esporte brasileiro e mundial atual, vemos quantos problemas envolvendo corrupção de dirigentes, dopping de atletas, treinadores desprovidos de valores e muitos outros surgindo nas manchetes. Diante dessa realidade, percebemos a necessidade urgente de uma transformação do mundo esportivo a partir dos princípios cristãos.
Quais são os principais desafios enfrentados ao promover tal trabalho?
Sobrevivência financeira. Estamos servindo a todo vapor, mas em plena crise econômica. Se cada pessoa convertida através desse ministério participasse de alguma forma no sustento da missão, Atletas de Cristo estaria bem melhor financeiramente.
E as vitórias?
36 anos de trabalho para o Reino de Deus e muitas histórias. Em 2016, lançamos o livro de nosso ex-diretor, Alex Dias Ribeiro, Força para vencer (Editora Sextante), uma publicação edificante. Todos os anos enviamos uma equipe missionária para a Austrália. Em 2018, especialmente, enviaremos missionários para a Ucrânia, durante a Copa do Mundo, e para a Argentina, durante os Jogos Olímpicos da Juventude.
Uma mensagem aos leitores.
Se você também ama a Jesus Cristo e gosta de praticar esporte, junte-se a nós, independentemente de sua modalidade esportiva ou nível de prática. Entre em contato pelo site www.atletasdecristo.org e acompanhe nossas publicações nas mídias sociais. •
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