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O que é a Igreja?

Aprofunde-se no assunto ao ler trecho do livro Teologia Básica, escrito por Charles C. Ryrie

A seguir, você lerá um trecho de Teologia Básica, um guia indispensável para quem deseja estudar as Escrituras de forma acessível e didática. Nele, o Charles C. Ryrie (1925-2016), um dos mais célebres teólogos contemporâneos, conduz o leitor numa viagem fascinante pela teologia cristã e visita as principais doutrinas bíblicas, tais como: Deus; O Homem ; A Bíblia ; Os Anjos ; O Diabo ; Os Demônios; O Pecado; Jesus Cristo; A Salvação; O Espírito Santo; A Igreja; O Porvir, entre outros assuntos. Para adquirir a obra, você pode clicar aqui ou no link que estará logo após o artigo. Boa leitura!  

O que é a Igreja?

Por Charles C. Ryrie, em Teologia Básica

A importância da Igreja dificilmente poderá ser superestimada. Deus comprou-a com o sangue de seu próprio Filho (At 20.28). Cristo ama sua Igreja, cuida dela e a valoriza (Ef 5.25,29), e um dia ela se apresentará diante dele sem mácula, em toda sua glória (v. 27). A principal atividade de Jesus Cristo na Terra, atualmente, é edificar sua Igreja (Mt 16.18). Ele faz isso por meio da distribuição de dons espirituais (Ef 4.12). Assim, os cristãos participam do que Cristo faz em seu Corpo hoje em dia pelo exercício desses dons.

O significado da palavra “igreja”

  • A palavra em português

A palavra “igreja” deriva do latim ecclesia. Sua ideia original vem do grego ekklesia. Sua utilização original designava uma “assembleia de cidadãos”. Era uma reunião de pessoas que visava resolver questões comuns. Somente posteriormente passou a designar a “assembleia de fiéis”.

  • A palavra hebraica

A palavra hebraica qahal significa, simplesmente, “assembleia” e normalmente é traduzida pela Septuaginta como ekklesia. No entanto, não se refere, necessariamente, a uma assembleia religiosa (Gn 28.3; 49.6; Sl 26.5), nem mesmo a uma reunião de seres humanos (Sl 89.5, NTLH). Mesmo assim, na maioria das vezes, refere-se à congregação de Israel.

  • A palavra grega

Como já vimos, o termo grego ekklesia indicava uma assembleia, e seu uso primário era político e não religioso. Não se referia a pessoas, mas à reunião. Em outras palavras, quando as pessoas não estavam reunidas formalmente, não eram chamadas de ekklesia. Essa palavra é usada da mesma maneira que no grego secular duas vezes no Novo Testamento (At 19.32,41).

Quando a palavra grega é usada no Novo Testamento, são necessários aspectos mais ricos e completos do que seu uso secular básico. Por exemplo, as próprias pessoas, estejam elas reunidas ou não, são a ekklesia. Mesmo assim, essa palavra, conforme é usada no Novo Testamento, continua mantendo seu sentido básico de assembleia e não se aproveita do seu suposto sentido teológico (com base na divisão da palavra em duas partes, “chamado” e “para fora”) para indicar pessoas “chamadas para fora”. Se essa palavra deve ser traduzida considerando a sua etimologia, então precisaria ser traduzida como “chamados juntos” e não “chamados para fora”. […]

Os usos dessa palavra no Novo Testamento

Se a palavra “igreja” está relacionada com uma assembleia reunida, então os usos distintos desse conceito no Novo Testamento deveriam nos dizer: a) qual é o caráter ou natureza desse grupo reunido; e b) quais são os enfoques e os motivos que serviram para reunir essa assembleia.

  • Atos 19.39,41

Aqui o grupo era composto de gentios cujo motivo para se reunir era exercer um privilégio político. Os cidadãos dessa cidade livre tinham o direito de se reunir em uma assembleia legislativa, o que faziam três vezes por mês. Mas essa ocasião era uma assembleia ilegal que não agradava Roma, por isso os líderes tinham grande urgência de dispersar o grupo.

  •  Atos 7.38

Nessa passagem, o grupo era formado por israelitas que se reuniram para receber a Lei de Deus por meio de Moisés. O caráter espiritual desse grupo era misto; alguns tinham um relacionamento pessoal e correto com Deus, mas outros não. Claro, todos estavam relacionados com Deus no sentido genérico (Deus havia escolhido sua nação). Porém, apenas isso não era garantia da salvação espiritual de cada pessoa. O chamado nacional era o motivo para sua reunião ao pé do monte Sinai.

  • Efésios 1.22-23

Nessa passagem, a assembleia é a Igreja, o Corpo de Cristo. O caráter desse grupo é 100% regenerado, e o motivo para sua existência é o ministério do batismo do Espírito, que acrescenta ao Corpo de Cristo aqueles que creem (1Co 12.13). Esta Igreja é universal, inclui todos os cristãos em todos os lugares da Terra e, também, os que estão no céu (Hb 12.23). Para ser mais específico, a Igreja não é invisível, pois a maioria de seus membros é bem visível. Creio que Igreja universal constitui um conceito melhor.

  • Romanos 16.5; 1Coríntios 16.19; Colossenses 4.15; Filemom 2

Esses eram grupos muito localizados — igrejas nas casas. As pessoas reunidas (ao menos no período do NT) seriam as que confessavam ter aceitado Cristo como Salvador. Em alguns casos, os que apenas professavam, mas não possuíam a salvação, estavam associados com as igrejas locais (1Jo 2.19; Ap 3.20). Para constituir igrejas cristãs, as pessoas precisavam fazer uma profissão de fé cristã.

Quais eram os enfoques dessas igrejas locais? Um era o geográfico. Outro era a profissão de fé em Cristo. O terceiro, a prática do batismo e a ceia do Senhor. E o último, o exercício das responsabilidades do grupo, como o ensino.

O conceito neotestamentário de Igreja

Normalmente, o conceito de Igreja está centrado na Igreja universal e na Igreja local. Algumas vezes, são erroneamente denominadas Igreja invisível e Igreja visível. Mas mesmo as denominações universal e local não parecem cobrir todos os aspectos do conceito. Universal é um bom nome para se referir ao Corpo de Cristo, na Terra ou no céu (Hb 12.23), mas “local” necessita de uma definição mais complexa. O que há de local na Igreja local?

Conforme já vimos, algumas vezes, “local” descreve a igreja em uma casa. Essa é a unidade local retratada no Novo Testamento. Embora fosse “local”, a igreja de Corinto (1Co 1.2) devia abranger várias igrejas nas casas. Isso porque ela se limitava à cidade de Corinto e não incluía outras igrejas na Grécia, como a de Tessalônica (1Ts 1.1).

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Mesmo assim, a palavra “igreja” no singular também é usada para designar as várias igrejas de uma região (At 9.31). Nessa passagem, “a igreja” incluía grupos espalhados por toda a Judeia, Galileia e Samaria. Quando Paulo perseguiu a Igreja no período anterior a sua conversão, não se restringiu a apenas uma igreja local (1Co 15.9). Então, o conceito de igreja local pode incluir um grupo reunido em uma única casa, vários grupos em uma cidade ou até mesmo muitos grupos em uma região.

Mesmo com todas essas opções, 1Coríntios 10.32 pode não se encaixar em nenhuma delas. A ideia de ser “tropeço” para a igreja de Deus deve estar relacionada a grupos visíveis, embora nem todos estivessem na mesma região. Certamente, deve dizer respeito a qualquer aspecto da igreja visível com a qual uma pessoa venha a entrar em contato.

Aparentemente é preciso mais do que essa categorização dupla da Igreja: universal e local. 1) Existe uma Igreja universal — todos os cristãos da Terra e do céu. 2) Existe uma Igreja visível — igrejas locais em várias áreas, especialmente aquelas que conhecemos. 3) Existe uma Igreja local — a assembleia particular com que mantenho contato direto e que constitui meu sustento espiritual. Na verdade, todo cristão pertence a esses três aspectos da Igreja, e 1Coríntios 10.32 aplica-se a qualquer um deles, em qualquer tempo.

Ryrie, Charles Caldwell. Teologia básica: um guia sistemático popular para entender a verdade bíblica. São Paulo: Mundo Cristão, 2012. Páginas 223 e 224.

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