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“O rasgar-se da cortina do templo”: um convite à celebração!

Uma mensagem para o domingo de Páscoa

Por Tomás Camba em Terceirização da fé

O rasgar-se da cortina do templo permite que deixemos a dependência do véu de Moisés para contemplar diretamente a glória do Cristo ressurreto. Permite que nos aproximemos “com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso” (Hb 4.16).

Quando eu era criança, brincava com meus amigos de caça ao tesouro. Fazíamos um instrumento com ímã amarrando-o a um taco semelhante ao de jogar hóquei e então íamos à feira. À medida que arrastávamos o taco no chão, o ímã atraía as moedas perdidas. Era incrível a quantidade de moedas que pegávamos!

O véu é como esse ímã

Seu campo de força nos aprisiona distantes de Deus, restando-nos apenas as migalhas de uma espiritualidade vazia. O véu não só nos impede de alcançar o caminho novo e vivo que nos conduz à presença do Pai, como também nos impede de desfrutar seu imenso amor. O véu não nos permite enxergar o verdadeiro Deus; em vez disso, mostra-nos um Deus que não tem interesse em nos proporcionar sua graça salvadora e redentora. Não nos permite perceber o significado da cortina do templo rasgada em duas partes, nem ver o convite que nos estende o Cristo humilhado na cruz para que tenhamos acesso irrestrito a sua presença.

O véu invalida o sangue derramado e sua proposta de purificar o coração miserável tragado pelo pecado. Não considera a mesa posta nem nos permite entender que deixamos de ser forasteiros e que, em vez disso, somos convidados a estar na presença daquele que com sua santidade fulmina o pecador. Não percebemos que inexiste condenação para os que decidiram viver além do véu, que decidiram lançar fora o medo e ir ao encontro desse Deus assombroso, em cuja presença podemos sentir o amor que dele emana.

Assim, a partir do momento em que decidimos viver na perspectiva da cruz, o véu é dissipado dando lugar à cortina do templo rasgada pelo brado de Jesus. Quando finalmente toda opacidade e cegueira geradas pelo véu são removidas e nossos olhos, abertos, a primeira imagem que distinguimos é a do Cristo crucificado, que nos recebe de braços estendidos. Nossa fé é, então, completamente ressignificada, pois Jesus veio para cumprir a sentença da punição que nos cabia e para fazer cessar todo medo. Ele se despiu de sua divindade, glória e esplendor unicamente para promover o resgate da humanidade.

Nesse sentido, não é ilógico afirmar que a cortina rasgada do templo nos lança a uma celebração paradoxal: Deus, em Cristo, tomou o cálice amargo que merecíamos para que pudéssemos ouvi-lo, vê-lo e tocá-lo. Em última análise, é um convite à celebração da visão gloriosa do Cristo-Deus-Homem. •

Camba, Tomás Fernando. Terceirização da fé: assuma a responsabilidade do seu relacionamento com Deus. 1. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2020. Pgs 23-25.

Saiba mais!

O texto que você acaba de ler foi extraído do livro Terceirização da fé: Assuma a responsabilidade do seu relacionamento com Deus.  Nele, Tomás Camba, pastor, professor de Teologia e Filosofia, propõe uma reflexão sobre os perigos da fé alicerçada na mediação de terceiros, mostrando que o resultado disso é um cristianismo infrutífero, estagnado, amargo e incapaz de perceber a beleza que reside no Deus que é Todo-poderoso mas igualmente puro amor. Biblicamente fundamentado e escrito com linguagem acessível, o livro traz um estímulo à vida cristã frutífera, marcada pela profunda e íntima comunhão com o Pai. Para adquirir o seu exemplar em nossa loja virtual, clique aqui.•

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