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Tomás Camba, autor de “Terceirização da fé”, em entrevista à MC

Pretendo deixar claro que todas as pessoas são convidadas a adorar a Deus. Isso não é privilégio de alguns pastores, bispos ou autoridades de um sistema eclesiástico”, diz autor

Dentre as novidades do início de 2020, a Editora Mundo Cristão lança Terceirização da fé: Assuma a responsabilidade do seu relacionamento com Deus, livro escrito por Tomás Camba, pastor e professor de Teologia e Filosofia. Na obra, Tomás propõe uma reflexão sobre os perigos da fé alicerçada na mediação de terceiros, mostrando que o resultado disso é um cristianismo infrutífero, estagnado, amargo e incapaz de perceber a beleza que reside no Deus que é Todo-poderoso mas igualmente puro amor.

Tema que denota uma realidade extremamente urgente, Terceirização da fé traz um alerta para os cristãos do século 21: o perigo da vida espiritual indiferente, que carece de vitalidade e profundas raízes em Deus. Por meio de uma abordagem contundente, mas sem deixar de lado uma leveza inspirativa cativante, Tomás Camba convida pastores, líderes, cristãos experientes e novos convertidos a rejeitar o comodismo que leva à apatia e à adesão a um pseudoevangelho, que é dependente de gurus espirituais.

Para que você, leitor, saiba mais sobre o lançamento, conversamos com Tomás Camba. Em entrevista, ele traça um panorama do que há em Terceirização da fé, elucida pontos de atenção quanto ao trabalho pastoral e à liderança eclesiástica e compartilha uma série de princípios para uma vida cristã pujante, genuína e realmente transformadora. Confira!

Mundo Cristão: Como surgiu a ideia de escrever “Terceirização da fé”? A proposta nasceu a partir de algum diagnóstico em sua vivência como pastor?

Tomás Camba: O tema Terceirização da fé foi concebido a partir de um diagnóstico pastoral, pelo contato que tenho com pessoas na igreja e no seminário bíblico. Com o passar do tempo, passei a perceber que alguns comportamentos que caracterizam uma fé terceirizada, ou seja, a fé apoiada na experiência de terceiros, eram vivenciados por muitos irmãos. Com isso, fiquei assustado e angustiado.

Entre esses comportamentos, constatei que muitos irmãos na fé não liam a Bíblia ou não dedicavam tempo suficiente para a meditação na Palavra. Além disso, percebi tristemente que muitos não investiam no relacionamento com Deus por meio da oração. Assim, não cresciam em intimidade e comunhão com o Pai.

A partir dessas constatações, elaborei um sermão e o ministrei na comunidade em que sou pastor de Jovens, a Igreja Batista do Morumbi, na cidade de São Paulo. O material chegou à equipe da Editora Mundo Cristão, que me incentivou a aprofundar o assunto e apresentá-lo como um livro. Estou muito feliz com o resultado e ao saber que a obra já está à disposição do público de língua portuguesa e lusófona.

A quem o livro é indicado?

A todos os leitores, seja ele o novo convertido ou um cristão com muitos anos na igreja. Na obra, abordo temas importantes relacionados à vida, à fé e à teologia com uma linguagem bastante acessível e prática. Dessa forma, Terceirização da fé torna-se uma obra para a edificação, o estudo e a consulta, tanto para o leigo quanto para o pastor, o professor de escola dominical, o estudante de teologia ou até mesmo para as pessoas que não frequentam a igreja, mas desejam conhecer a fé cristã.

Quais questões aborda na obra? Quais respostas pretende trazer para o leitor?

Dentre os diversos tópicos que trato no livro, pretendo despertar a reflexão acerca da mensagem incrivelmente bela que nós, cristãos, temos para transmitir ao mundo. A única possibilidade de realmente enxergarmos cores e salvação neste mundo caído é por meio da comunhão com o Criador, pela meditação na Palavra e oração. Tais práticas são verdadeiros “passaportes” para a descoberta de uma vida incrível na companhia de Deus.

“A única possibilidade de realmente enxergarmos cores, beleza e salvação nesse mundo caído é por meio da comunhão com o Criador.”

Pretendo deixar claro que todas as pessoas são convidadas a adorar a Deus. Isso não é privilégio de alguns pastores, bispos ou autoridades de um sistema eclesiástico. Nada disso! Cada ser humano é convidado a achegar-se ao Pai Celestial. Não podemos negligenciar esse convite e perder a alegria que ele nos traz. Quando o véu do templo foi rasgado, Deus deixou claro que podemos nos aproximar de seu poder e amor eternos.

Não podemos considerar pastores e líderes pessoas diferentes de nós, como sendo de uma “categoria superior”. Eles são servos de Deus, chamados para ajudar as pessoas em sua caminhada de fé. Pastores e líderes não podem ser nossos substitutos quando o assunto é relacionamento com Deus.

Quais são os perigos que o cristão corre ao “terceirizar a fé”?

Existem muitos perigos, entre os quais destaco o desconhecimento acerca de Deus e a ignorância em relação à própria identidade. Se alguém não conhece o Criador, não conhece a si mesmo. Nossa identidade está atrelada à revelação que o próprio Deus faz acerca de nós em sua Palavra.

Outro ponto nocivo é viver uma fé “alheia”, empolgando-se com o que acontece na vida do outro, sem nunca ter uma experiência pessoal. Dessa forma, apenas reproduz modelos e histórias, fomentando uma fé insípida, débil e amarga, dependente do suporte de outros.

Além desses males, há também o risco de ser vítima de líderes inescrupulosos, que perpetram verdadeiros terrorismos espirituais, seja por coação ou chantagens de todo o tipo. O que é tremendamente prejudicial e preocupante. 

Infelizmente, existem pastores e líderes que nutrem a “terceirização da fé”, ou seja, a alta dependência da membresia ou dos liderados. O que diria a eles?

Adotar tal postura faz com que a comunidade fique fraca espiritualmente, sem base sólida sobre quem Deus é. Por isso, diria a esses pastores e líderes que é necessário fazer um autoexame sobre como conduzem sua vocação, sabendo que não somos “profissionais da fé”. Devemos refletir sobre o que estamos fazendo com a comunidade que Deus nos confiou; pensar seriamente e com temor se estamos conduzindo as ovelhas a Cristo ou tornando-as reféns de nossa espiritualidade.

“Devemos pensar seriamente e com temor se estamos conduzindo as ovelhas a Cristo ou tornando-as reféns de nossa espiritualidade.”

Tomás Camba

E aos cristãos que “terceirizam a fé”?

Além dos diversos ensinamentos e informações que compartilho no livro, diria a esses irmãos preciosos que essa é uma postura prejudicial. Não devemos ter uma visão mítica do pastor ou do líder como “homens perfeitos”.

Daria também os seguintes conselhos: deixem de viver um cristianismo “cômodo”, pensando que ir à igreja e dizimar resume sua experiência de fé. Parem de se apoiar na oração “poderosa” do pastor e passem a orar com fervor! Além de se alimentar com o sermão pregado no domingo, comecem a ler, a meditar e a praticar a Palavra com compromisso e responsabilidade. Assim, experimentarão um nível mais profundo de alegria em sua jornada com Cristo

O que os leitores podem esperar da obra?

Um livro escrito com o propósito de edificar e fortalecer cada um. Na obra, há uma série de informações para que todos, pastores, líderes e membros, evitem os danos da fé terceirizada e tenham uma saudável relação com os irmãos e uma profunda comunhão com o Pai. •

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