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Bullying: Como os pais e professores podem intervir?

Confira a segunda parte da entrevista com Susana Klassen e conheça a forma adequada de lidar em situações de agressão física e emocional

Para ler a primeira parte deste conteúdo especial, clique aqui.

Mundo Cristão: Como os pais podem intervir em uma situação de bullying?

Susana Klassen: Primeiro, é necessário reconhecer o problema e identificar o ambiente em que ele está acontecendo. Convém lembrar que são comuns os casos de cyberbullying que acontecem nas redes sociais, em serviços de mensagens ou mesmo na forma de ameaças por telefone.

Segundo, é importante avaliar se o filho corre perigo físico e precisa de proteção imediata. Nesse caso, é preciso entrar em contato com a pessoa responsável pelo local em que a agressão tem acontecido (professor, diretor, treinador, coordenador do ministério na igreja) e exigir que sejam tomadas as medidas cabíveis para evitar futuras agressões.

Terceiro, mesmo que não seja um caso extremo, é necessário procurar limitar o acesso do agressor, sem alterar as atividades normais do filho. Os pais podem conversar com o filho e explicar que ele deve se afastar ao máximo, mas sem deixar de fazer aquilo que precisa e/ou gosta. É preciso deixar claro que não se trata de covardia, mas sim de evitar uma situação hostil e prejudicial.

Se o agressor é associado a uma atividade da qual o filho gosta (treino de natação, aula de balé, encontro de adolescentes da igreja, por exemplo), não é recomendável tirá-lo dessa atividade a menos que a situação se torne insustentável. Ele tem o direito de participar livremente sem ser agredido.

E, em casos de cyberbullying, há orientações úteis no site da organização Safernet (http://new.safernet.org.br/helpline).

Mundo Cristão: E o que dizer aos professores? De que forma podem ajudar?

Susana Klassen: O papel dos professores é extremamente importante, pois boa parte do bullyingocorre na escola e, muitas vezes, dentro da sala de aula. Cabe ao professor desenvolver uma política de tolerância zero, intervir de imediato e tomar as medidas cabíveis, conforme diretrizes da escola, quando as gozações passarem do ponto. Para saber se uma gozação se transformou em bullying, o professor só precisa se colocar no lugar do aluno agredido e perguntar a si mesmo: “Como eu me sentiria se alguém me dissesse isso?”. Trabalhar os conceitos de respeito mútuo, diálogo, solidariedade e justiça também é fundamental. Uma das formas de fazê-lo é pelo desenvolvimento dos Temas Transversais em diferentes atividades em sala de aula. Além disso, o professor deve dar o exemplo e sempre mostrar respeito pelos alunos. Um professor que inventa apelidos para os alunos ou não os trata com igualdade cria em sala de aula um ambiente propício para o bullying.

MC: Qual a sua mensagem e seu principal conselho para quem sofre ou já sofreu com isso?

Susana Klassen: Para quem está sofrendo bullying é bom lembrar que sempre existe uma saída. A situação pode parecer insuportável, mas existem maneiras de lidar com a agressão e superar o problema. Você não precisa enfrentar o bullying sozinho. Procure ajuda hoje mesmo! 

E tanto para quem sofre como para quem já sofreu com isso, é fundamental reconstruir a própria identidade e alimentar a mente e o coração com a verdade a respeito de quem somos em Cristo. Todos os seres humanos são criados à imagem de Deus. Ele forma cada indivíduo com muito amor e tem planos e propósitos para cada vida (Salmo 139). Nenhum agressor é capaz de tirar isso de sua vítima. Peça para Deus mostrar como resgatar a identidade que ele lhe deu e busque orientação de pessoas competentes para ajudar nesse processo. Deus pode transformar em bem o mal que outros desejaram contra você (Gn 50.20).

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