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Juntos no combate ao abuso sexual!

No Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, compartilhamos com você um trecho de “A culpa não é sua”, escrito por Fabiola Melo, uma voz na luta contra o abuso e a injustiça

Hoje, 18 de maio, a sociedade brasileira é convidada a mobilizar-se em torno do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, uma data que não deve passar despercebida.

As estatísticas são assustadoras: somente em 2016, o serviço nacional Disque Denúncia registrou mais de 15.700 casos de abuso sexual em todo o país. No primeiro semestre de 2017, foram 9 mil denúncias. Segundo estatísticas do Sinan, o sistema de informações do Ministério da Saúde, ao longo de um ano o sistema de saúde registrou 22,9 mil atendimentos a vítimas de estupro. Em mais de 13 mil deles, o equivalente a 57% dos casos, as vítimas tinham entre 0 e 14 anos. Dessas, cerca de 6 mil vítimas tinham menos de 9 anos.

Todos na luta contra a violência!  

Queremos somar esforços no combate a toda forma de violência. Por isso, compartilhamos com você um trecho do livro A culpa não é sua, escrito por Fabiola Melo, palestrante, escritora e digital influencer.

Na obra, Fabiola, vítima de abuso quando criança, usa sua expertise de comunicadora e influenciadora para pôr a boca no trombone e conclamar toda pessoa que sofreu (ou sofre) abuso a denunciar o crime. Como alguém que conversa com a leitora de igual para igual, ela compartilha sua própria história de dor e angústia e revela os passos que trilhou para a cura de sua alma. Com sensibilidade e firmeza, Fabiola conduz as leitoras em um lindo processo de renovação da autoestima por meio do conhecimento do amor de Deus, trazendo à tona verdades que saram e restauram. 

Leia já um trecho de A culpa não é sua e junte-se a nós nesse movimento pela vida e pela justiça!

Identidade roubada

Por Fabíola Melo em A culpa não é sua

Você se lembra da brincadeira do telefone sem fio? Alguém sussurra uma frase no ouvido de quem está ao lado e essa pessoa repete o que entendeu para o participante seguinte. Quanto maior for a quantidade de gente na brincadeira, mais cômico será o resultado. É impressionante como, na maioria das vezes, a frase chega distorcida e cheia de erros ao último da fila. Como vítimas de abuso, vivemos um eterno telefone sem fio, com a diferença que não é nada cômico.

O que quero dizer com isso? Desde o início de sua vida, Deus disse uma verdade a seu respeito, que acabou sendo deturpada pelo “telefone sem fio” do abuso. Ele começou dizendo: “Você é minha filha amada”. O pecado modificou a frase para: “Você não é minha filha amada”. O abuso sussurrou: “Você quis e ficou calada”. A culpa ouviu e disse: “Você é indigna e não vale nada”. A pornografia interpretou: “Eu posso fazer você sentir-se amada”. A vergonha ameaçou: “Se contar para alguém, você estará acabada”. O relacionamento abusivo inventou: “Você não merece mais do que isso”. A dor chegou do seu lado e sentenciou: “Tudo em que você toca estraga!”.

Essa não é a verdade. Muito menos a sua verdade. Mentiram e, talvez, você tenha acreditado. Mas tenha calma. Não desista. Há uma luz no fim do túnel! Jesus é a luz do mundo! E, quando ele chega, as trevas se dissipam… e a paz reina!

A Bíblia relata um episódio de abuso sexual sofrido por uma jovem chamada Tamar (2Sm 13). O texto diz que, assim que é violentada (pelo próprio irmão!), ela troca o tipo de roupa que usava. Mais que um gesto objetivo para demonstrar desgosto publicamente, como era costume naquela sociedade, sua atitude representou uma profunda percepção acerca de sua realidade. Foi como se o seu irmão Amnom tivesse roubado a sua identidade ao cometer aquela atrocidade. Aos próprios olhos, Tamar se tornou outra pessoa, outra mulher, cuja vida não fazia mais sentido.

Todo abusador rouba a identidade de sua vítima e, também, parte do seu prazer de viver. Eu acompanhei algumas histórias de meninas que foram tocadas indevidamente em seus genitais na infância ou na adolescência e desenvolveram compulsão por sexo, pornografia e masturbação. Com isso, elas perderam a identidade de criança inocente e, na fase adulta, se distanciaram da perspectiva do sexo em sua essência como um presente de Deus.

“Todo abusador rouba a identidade de sua vítima e, também, parte do seu prazer de viver.”

Outras mulheres, que foram estupradas em algum momento da vida, passaram a enxergar as relações sexuais como um imenso desafio. A sensação de nojo que elas sentiram durante o abuso foi tanta que, mesmo depois de anos, ela continua viva ao se relacionar com o marido, alguém que as ama e as protege.

A culpa não é sua!

Eu, Fabiola, sou um mero instrumento, um simples vaso de barro que contém um grande tesouro: o Espírito Santo de Deus. Sempre que me recordo disso, encho-me de coragem, e essa sensação me faz sentir extremamente capaz de realizar aquilo que há pouco me aterrorizava.

Essa confissão é, na verdade, a primeira lição que desejo compartilhar com você: o caminho da superação do abuso — e das consequências dele — é cheio de desafios. Nessa jornada, o medo e a insegurança a farão crer que você não está pronta para encarar toda a sua bagunça emocional.

Talvez você creia que não é o momento de “mexer” no passado. É verdade que, quanto mais se revira o lixo, mais ele cheira mal, e isso é torturante, mas somente quando não se tem um propósito. Revirar o lixo apenas por revirar não é o nosso objetivo. Vamos juntar todo o lixo, mas para nos desfazermos dele. A solução não é ignorá-lo, nem remexê-lo sem razão, mas, sim, retirá-lo de forma totalmente intencional até que haja espaço para recomeçar.

Não se preocupe com estar pronta. Você nunca se sentirá realmente pronta para fazer coisas difíceis. A boa notícia é que você não precisa estar pronta, segura e confiante para enfrentar as grandes barreiras da vida. O meu conselho, que ponho em prática ao escrever este livro, é: vá em frente! Mesmo com medo, vá! Coragem não é a ausência de medo, mas a decisão de se mover apesar dele.

Portanto, acredite, você não é covarde. Para ilustrar melhor os assuntos abordados ao longo deste livro [A culpa não é sua], ao fim de cada capítulo compartilho o testemunho de meninas que passaram por situações de abuso e concordaram em me enviar seus relatos.

[…]

Segure a minha mão e, juntas, caminhemos segurando a mão de Cristo. Eu prometo não soltá-la. E tenho absoluta certeza de que ele também não nos soltará.

A culpa não é sua: Supere o passado e descubra seu valor. Fabiola Melo. – 1. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2019. Páginas. 53-54 e 18-19, respectivamente.

Para ler a sinopse e adquirir o seu exemplar de A culpa não é sua, clique aqui.

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