Jesus é o modelo do marido exemplar que oferece à esposa amor sacrificial, cuidado, proteção, entrega e consideração. Saiba mais sobre o assunto ao ler um breve artigo extraído do Comentário Bíblico Latino-americano
Por Ángel Manzo, articulista do Comentário Bíblico Latino-americano
Hoje em dia, a masculinidade está sendo cada vez mais analisada e transformada, assim como estão sendo adotadas “novas masculinidades” graças às mudanças na sociedade e nas culturas, aos avanços tecnológicos, às mudanças no campo do trabalho e da economia e ao surgimento do feminismo, entre outros fatores.
Na Bíblia, tanto o homem quanto a mulher têm sua origem em Deus (Gn 1.26) e refletem sua imagem e semelhança (Gn 1.27-31). Ambos têm um protagonismo essencial em toda a história da salvação e do compromisso com a natureza (Gn 6.5-8).
No antigo Israel confluem padrões sociais da época em que o homem (patriarca) figura como eixo central. Mais que um modelo familiar, o patriarcado representa uma estrutura social que atravessa todas as interações, incluindo a religião, caracterizada pelo domínio de homens sobre mulheres, crianças, escravos e terra.
Jesus e seu evangelho representam uma nova perspectiva da masculinidade. Sua encarnação não propõe um domínio do masculino sobre o feminino, mas sim uma expressão de amor divino que se aproxima da humanidade (Mt 1.23; Jo 1.14; Fp 2.5-8; 1Jo 4.10). Sua relação com as mulheres representa uma ruptura com o sistema social, antepondo a dignidade humana como o valor máximo acima dos critérios religiosos, sociais e históricos (Lc 7.47-49; Jo 8.10-11).
Jesus sentiu e expressou suas emoções sem ter vergonha disso, tendo compaixão por Lázaro (Jo 11.35), ternura pelas crianças (Mc 10.16) e sensibilidade por uma mulher em desgraça (Jo 8.3-11). Mostrou a necessidade de ser ajudado por outros e expressou isso apropriadamente (Lc 6.12-13); até aceitou ajuda de um grupo de mulheres (Lc 8.1-3).
Embora Jesus não tenha se casado, o apóstolo Paulo o aponta como modelo do marido cristão ao comparar a relação Cristo-igreja com a relação marido-mulher (Ef 5.25-32). Nesse sentido, ressalta em Jesus seu amor sacrificial, cuidado, proteção, entrega e consideração pela esposa.
“Embora Jesus não tenha se casado, o apóstolo Paulo o aponta como modelo do marido cristão ao comparar a relação Cristo-igreja com a relação marido-mulher (Ef 5.25-32). Nesse sentido, ressalta em Jesus seu amor sacrificial, cuidado, proteção, entrega e consideração pela esposa.”
Ángel Manzo
Jesus foi corajoso ao assumir sua responsabilidade sem se importar com o alto preço que pagaria por isso (Lc 9.51). Não teve medo de dar a cara àqueles que o procuravam, protegendo, assim, seus discípulos (Jo 18.8).
O Pentecostes infunde o Espírito sobre toda a humanidade (At 2.16-21) para criar novos homens e mulheres (Ef 4.22-24; 2Co 5.17-20) com novas relações (Ef 5.21—6.9; Cl 3.18—4.1; Gl 3.28) e para estabelecer uma nova ordem (Is 11.2-9; Ap 21.5-22; 22.5). Na igreja primitiva, torna-se realidade o projeto de Deus: restaurar as relações de equidade entre homens e mulheres conforme o propósito original da criação.
As mulheres recebem os mesmos dons e ministérios que os homens. O Espírito Santo não faz “distinção de gênero” (ver 1Co 12.4-7). Há mulheres profetisas (At 21.8-9), mestras (At 18.24-26), pastoras (Rm 16.1) e apóstolas (Rm 16.7). Na comunidade do reino são superadas as relações patriarcais entre homens e mulheres, para que nos tornemos “um em Cristo Jesus” (Gl 3.26-28).
No ambiente da América Latina, a masculinidade frequentemente tem se refletido no machismo, no qual os homens exercem uma liderança e um poder dominante sobre mulheres e crianças, muitas vezes caracterizado pela violência, a insensibilidade e o orgulho, e no qual as crianças do sexo masculino são educadas para se comportar da mesma forma.
No entanto, os cristãos latino-americanos devem lutar pela transformação do Espírito Santo em suas vidas para se revestirem do novo homem, cheio de sabedoria, firmeza na fé, amor, maturidade, humildade e serviço (Cl 3.5-17; 1Tm 3.1-10; 6.11-12; 2Tm 3.14), trabalhando lado a lado com as mulheres na obra do Senhor, como fez Paulo (Rm 16.1-2,12).
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