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O ministério dos anjos

Deixe que Charles C. Ryrie lhe explique esse curioso assunto em “Teologia Básica”

Por Charles C. Ryrie em Teologia Básica – Um guia sistemático popular para entender a verdade bíblica

De maneira essencial e básica, os anjos bons são servos (Hb 1.14). Deus os enviou para servir ou ajudar (diakonian) os salvos e, ao fazer isso, os anjos servem de mensageiros sacerdotais (leitourgika pneumatata) no templo-universo do Todo-poderoso.

I. Em relação a Deus

Em relação a Deus, seu ministério principal é louvar e adorar o Senhor.

1. Eles o louvam (Sl 148.1-2; Is 6.3).
2. Eles o adoram (Hb 1.6; Ap 5.8-13).
3. Eles se regozijam com os seus feitos (Jó 38.6,7).
4. Eles o servem (Sl 103.20; Ap 22.9).
5. Eles se apresentam diante dele (Jó 1.6; 2.1).
6. Eles são instrumentos do juízo divino (Ap 7.1; 8.2).

II. Em relação aos tempos

Os anjos pareciam estar especialmente ativos quando Deus instituiu uma nova era na história.

1. Eles se reuniram para louvá-lo quando a Terra foi criada (Jó 38.6-7).
2. Estavam envolvidos quando a Lei mosaica foi entregue (Gl 3.19; Hb 2.2).
3. Estavam ativos na Primeira Vinda de Cristo (Mt 1.20; 4.11).
4. Estavam ativos durante os primeiros anos da Igreja (At 8.26; 10.3-7; 12.11).
5. Estarão envolvidos nos eventos relacionados à Segunda Vinda de Cristo (Mt 25.31; 1Ts 4.16).

III. Em relação ao ministério de Cristo

A. Em seu nascimento

1. Previsão. Gabriel predisse o nascimento de Jesus (Mt 1.20; Lc 1.26-28).
2. Anúncio. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus aos pastores e foi acompanhado em seu louvor por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15).

B. Durante sua vida

1. Alerta. Um anjo alertou José e Maria a que fugissem para o Egito, escapando, assim, da ira de Herodes (Mt 2.13-15).
2. Direção. Um anjo orientou a família para retornar a Israel após a morte de Herodes (Mt 2.19-21).
3. Ministração. Anjos ministraram a Jesus após sua tentação no deserto (Mt 4.11) e seu conflito no Getsêmani (Lc 22.43).
4. Defesa. Jesus disse que havia legiões de anjos preparadas para defendê-lo se ele os chamasse (Mt 26.53).

C. Após sua ressurreição

1. Na pedra. Um anjo rolou para longe a pedra que fechava a entrada do sepulcro de Jesus (Mt 28.1-2).
2. Anúncio. Anjos anunciaram a ressurreição para as mulheres na manhã do domingo de Páscoa (Mt 28.5,6; Lc 24.5-7).
3. Ascensão. Anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At 1.10-11).

D. Na Segunda Vinda de Jesus

1. Arrebatamento. A voz do arcanjo será ouvida no arrebatamento da Igreja (1Ts 4.16).
2. Segunda Vinda. Os anjos vão acompanhá-lo na Segunda Vinda (Mt 25.31; 2Ts 1.7).
3. Juízo. Os anjos vão separar o joio do trigo na Segunda Vinda (Mt 13.39-40).

IV. Em relação às nações da Terra

A. Em relação à nação de Israel

O arcanjo Miguel guarda Israel de maneira especial (Dn 12.1).

B. Em relação às outras nações

Os anjos protegem governantes e nações (Dn 4.17) e procuram influenciar seus líderes humanos (10.21; 11.1).
Eles estarão envolvidos nos juízos de Deus durante os anos da tribulação vindoura (Ap 8,9,16).

V. Em relação aos ímpios

1. Os anjos anunciam os juízos iminentes (Gn 19.13; Ap 14.6,7; 19.17-18).
2. Os anjos infligem o juízo divino sobre os ímpios (At 12.23; Ap 16.1).
3. Os anjos vão separar os justos dos ímpios no fim dos tempos (Mt 13.39-40).

VI. Em relação à igreja

A. Ministério básico

Seu ministério básico é servir os salvos (Hb 1.14).

B. Ministério geral

Os anjos estão envolvidos na comunicação e na revelação do significado da verdade, da qual a Igreja, hoje em dia, se beneficia (Dn 7.15-27; 8.13-26; 9.20-27; Ap 1.1; 22.6-8).

C. Ministérios específicos

1. Pedidos de oração. Levam as respostas das orações (At 12.5-10).
2. Salvação. Ajudam nos esforços evangelísticos dos cristãos (At 8.26; 10.3).
3. Observação. Observam as experiências, o trabalho e os sofrimentos dos cristãos (1Co 4.9; 11.10; Ef 3.10; 1Pe 1.12).
4. Encorajamento. Incitam à coragem nas horas de perigo (At 27.23-24).
5. Presentes na morte. Ministram aos justos na hora de sua morte (Lc 16.22).

Não sabemos com certeza se os anjos continuam a operar de todas essas maneiras até hoje. Porém, no passado eles ministraram dessas maneiras e podem muito bem continuar agindo assim, mesmo que não estejamos cientes disso. Deus, claro, não é obrigado a usar anjos, pois pode fazer tudo isso diretamente.

Porém, em muitas ocasiões, aparentemente escolheu utilizar o ministério intermediário dos anjos. Mesmo assim, o cristão reconhece que é o Senhor quem faz todas as coisas, seja de forma direta, seja por intermédio de seus anjos (veja o testemunho de Pedro reconhecendo que o Senhor o libertou da prisão, embora Deus tenha usado um anjo para fazer isso — Atos 12.7-10 comparado com os versículos 11 e 17).

Talvez a inscrição que vi, certa vez, em uma antiga igreja na Escócia sirva para mostrar bem esse equilíbrio:

“O poder de Deus é suficiente para nos governar; mesmo assim, para suprir as fraquezas do homem, ele enviou seus anjos para cuidar de nós”. Provavelmente, a afirmação de que os anjos observam a conduta dos remidos assusta-nos tanto quanto qualquer uma das verdades acerca de seres angelicais.

A razão de seu interesse por nós talvez seja o fato de não poderem experimentar a salvação pessoalmente. Então, a única maneira de ver os efeitos da salvação é observar o que ocorre com os seres humanos que são salvos.

A verdade é que fazemos parte de um “teatro”, em que o mundo, os seres humanos e os anjos formam a plateia (1Co 4.9). Devemos desempenhar bem nosso papel diante deles e de Deus, pois todas as coisas estão descobertas e patentes aos seus olhos.

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