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Os cultos presenciais vão acabar?

Uma reflexão para o pós-pandemia

Quando a pandemia chegar ao fim, os cultos presenciais ainda serão tão relevantes como um dia foram? Diante do esperado “novo normal”, haverá um novo jeito de ser igreja e de manter viva a comunhão entre os irmãos? O assunto tende a opiniões diversas e o debate promete ser acalorado. Mas atenha-se a uma verdade relativamente simples:

Frequentar cultos presenciais continuará sendo tão relevante como sempre foi. E isso acontece porque o ser humano é um ser social, precisa de interação, de toque e proximidade. Talvez o ponto conflitivo esteja no poder de escolha de cada um: “Embora seja frutífero frequentar uma comunidade de fé, haverá disposição de se locomover e se envolver intencionalmente com a igreja local?”

Benefícios da interação social

Ainda que seja viável realizar reuniões em plataformas digitais, a interação presencial traz benefícios que não são alcançados pelo virtual. O olho no olho, o aperto de mão, as atividades em grupo, os louvores em uníssimo e a criação de laços afetivos são fundamentais para o desenvolvimento interpessoal e para saúde do corpo e da mente.  

A neurociência tem muito a dizer a esse respeito. Sabe-se que a interação social não mediada por telas, como computadores, tablets e celulares, faz com que o corpo produza substâncias que geram satisfação, entre eles a ocitocina, conhecida popularmente como o “hormônio do amor”, e a dopamina, que é relacionada ao humor e bem-estar.

Facundo Manes, famoso neurocientista, define o cérebro como um “órgão social”. Em entrevista ao prestigiado canal Aprendemos Juntos (BBVA), ele afirma que ter conexão com outros seres humanos é tão importante quanto comer e beber. Conforme sugere, o convívio social é fundamental para a saúde do cérebro e a qualidade de vida. Entre diversas atividades, Manes é consultor em Neurologia e Neuropsicologia da Unidade de Cognição e Ciências do Cérebro e do Conselho de Pesquisa Médica em Cambridge, na Inglaterra.

Já um estudo da Carnegie Mellon University, Pensilvânia (EUA), divulgado anos antes da pandemia, sinaliza os efeitos positivos do abraço — expressão humana que só é possível presencialmente. De acordo com os pesquisadores, as pessoas que recebem abraços, uma forma de “apoio social”, estão mais protegidas contra os efeitos nocivos do estresse. A conclusão foi obtida a partir da observação de mais de quatrocentos adultos.  

Não deixemos de nos reunir

Hebreus 10.25 diz: “E não deixemos de nos reunir, como fazem alguns, mas encorajemo-nos mutuamente, sobretudo agora que o dia está próximo” (NVT). É evidente que tal instrução não se refere a um contexto de pandemia. No momento, deve-se, sim, investir em tecnologias que permitem a interação on-line e o adequado isolamento social.

Aliás, as facilidades viabilizadas pelas plataformas digitais não precisam ser excludentes. Quando a pandemia acabar, o presencial e o virtual podem trabalhar em conjunto para expandir o alcance do evangelho e da transformação que propõe.

A partir do texto de Hebreus 10.25, infere-se a necessidade de a igreja se reunir, inclusive como uma forma de encorajamento mútuo. Ao ponderar se a igreja continuará sendo a mesma depois da pandemia, o cristão não deve se esquecer de que ser igreja é ser intencional no fortalecimento do vínculo com irmãos na fé, é participar, servir e se fazer presente; é somar talentos, unir forças e colocar a mão na massa para implementar mudanças visíveis na sociedade. É sair do virtual para influenciar o real.

Quando a crise sanitária acabar, caberá a cada um a decisão de voltar aos cultos presenciais. Se a tendência é que as igrejas se esvaziem ou não, só o tempo dirá. Mas não se pode negar que cultuar a Deus com outros irmãos presencialmente é bom, é bíblico e faz bem!

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