Neste segundo artigo escrito para o Blogue MC, Susana Klassen, autora do livro Devocionais para meninas, sinaliza posturas fundamentais e efetivas quando o assunto é a comunicação empática com jovens, em especial, no âmbito da igreja e da vida cristã
Por Susana Klassen
Dizem que, se a vida nos der limões, devemos usá-los para fazer limonada.
Adolescentes não são limões, e não adianta querer espremê-los com disciplina impositiva, nem tentar acrescentar o “açúcar” do bom comportamento superficial só para tornar o convívio com eles mais palatável. A receita para uma boa limonada é outra.
Coisas que parecem dar um sabor um tanto ácido ao ministério com essa faixa etária — as atitudes rebeldes, irreverentes ou indiferentes que fazem alguns pastores e líderes na igreja olhar para os adolescentes com desconfiança (ou desconsolo!) — podem se tornar excelente matéria-prima para uma bebida saborosa. Isso porque alguns dos maiores desafios com os quais deparamos ao trabalhar com adolescentes são, na realidade, reflexo de três anseios fundamentais que eles têm e que uma igreja saudável pode atender:
1. Identidade
Na adolescência, desejamos saber quem somos e que lugar ocupamos no mundo. Experimentamos diferentes formas de falar, de nos vestir, de nos divertir e de nos relacionar. Queremos descobrir nossa singularidade e queremos que ela seja reconhecida por outros. É um tempo muito oportuno para ouvirmos repetidamente que a primeira e mais essencial definição de nossa identidade é uma só:
Somos amados de Deus em Cristo, criados por ele de forma única. Deus é a fonte suprema de nossa identidade e de nossa singularidade. Firmemente arraigados no relacionamento com ele, temos liberdade para explorar as características secundárias que revestem esse cerne, os “acessórios” do nosso verdadeiro eu em Cristo. A igreja pode nos mostrar que somos amados de forma incondicional enquanto passamos pelo difícil processo de começar a explorar as várias facetas de nossa identidade.
2. Independência
A fim de descobrir nossa identidade singular, precisamos nos desvincular em certa medida daquilo que, até agora, nos definia. Não somos uma extensão de ninguém. Somos indivíduos cada vez mais capazes de formar as próprias opiniões e tomar decisões. Isso faz com que pareçamos ser quase sempre “do contra” e, ocasionalmente, leva-nos a querer mais autonomia do que temos maturidade para administrar.
É um tempo muito oportuno para aprendermos que, assim como não podemos depender apenas das ideias e opiniões das figuras de autoridade em nossa vida, também não podemos depender exclusivamente de nosso próprio entendimento. A igreja pode nos ensinar que, a fim de adquirir sabedoria e maturidade necessárias para tomar boas decisões, precisamos nos sujeitar à direção do Espírito por meio daquilo que Deus deixou escrito para nós em sua Palavra, das conversas pessoais com ele e, também, da amorosa direção de pessoas que ele colocou para caminhar conosco.
3. Pertencimento
Pode parecer contraditório, mas, ao mesmo tempo que queremos ser independentes, também queremos pertencer a uma comunidade que nos aceite e nos apoie. Queremos estar com pessoas que enxerguem o mundo pela nossa perspectiva (pelo menos um pouquinho), que acolham nossos sonhos e respeitem nossas opiniões, mesmo que nem sempre concordem com elas.
É um tempo muito oportuno para percebermos que já temos, na igreja, uma comunidade que nos abriga em segurança, que dá espaço para expressarmos nossas ideias de forma respeitosa e que nos ensina a fortalecer nossos vínculos de pertencimento ao tirar o foco de nós mesmos e voltá-lo para o outro, para suas necessidades e para as oportunidades de serviço.
O ministério com adolescentes abre inúmeras possibilidades para que a igreja lhes mostre como Deus atende nossos anseios mais elementares. Pastores, líderes e voluntários que trabalham com essa faixa etária têm o privilégio de participar da ação sobrenatural do Espírito que transforma acidez desagradável em tônico refrescante. Façamos bom proveito!
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Na coluna Pergunte à Su do blogue FaithGirlz, estou disponível para conversar com adolescentes, seus pais e qualquer um que queira trocar ideias sobre essa faixa etária. É só escrever!
Fique por dentro:
No terceiro e último artigo do Especial “Adolescência e vida cristã”, Susana Klassen oferece direcionamento a pais e mães e elucida pontos de atenção no que se refere a questões de cultura e comportamento. Clique aqui para acessar o primeiro artigo, “Como despertar o adolescente para a espiritualidade”.
Saiba mais!
Susana Klassen é escritora , tradutora, articulista do blogue FaithGirlz e autora do livro Devocionais para meninas. A obra alia ensino e aconselhamento com uma série de atividades que estimulam a reflexão e facilitam o entendimento e a aplicação de princípios da Palavra de Deus.
Cuidadosamente elaborado a partir da cosmovisão cristã, e mantendo em vista temas que são assunto do dia, o livro trabalha questões delicadas da adolescência, numa linguagem acessível e dinâmica, tornando a prática devocional uma experiência profundamente significativa.
Devocionais para meninas traz 52 atividades “ou treinos”, um para cada semana do ano, que abarcam temas como: Amizade; Família; Estudo; Trabalho; Namoro; Casamento; Sexo; Corpo; Saúde; Beleza; Lazer e Descanso.
Quer ler a sinopse, degustar um trecho do livro e comprar um exemplar físico ou digital?
Leia nossa resenha!
“Devocionais para meninas”, orientação na medida certa para o coração adolescente
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