Confira o resumo da série de cinco entrevistas concedidas ao Podcast Mundo Cristão e conheça mais da engenhosidade do autor de “Arame farpado no paraíso”
Tiago Cavaco:
Religião & Punk Rock, é com essas palavras que Tiago Cavaco se apresenta no Twitter. Pastor, português, batista, conservador, de linha teológica reformada, compositor e produtor musical, contestador por natureza, de visões simplórias e dissimuladas do mundo. Lançou pela Editora Mundo Cristão o livro Arame farpado no paraíso: O Brasil visto de fora e um pastor visto de dentro, título e subtítulo que atiçam a curiosidade e nos convidam a conhecer e a aprender com sua jornada de descobertas.
Tiago Cavaco é pastor da Igreja da Lapa, em Lisboa, Portugal. É formado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Músico, compositor e cantor, fundou, com Samuel Úria, a editora musical FlorCaveira. Escreve regularmente em seu blog Voz do Deserto (vozdodeserto.blogspot.com). É casado com Ana Rute e pai de Maria, Marta, Joaquim e Caleb.
O livro
Arame farpado no paraíso: O Brasil visto de fora e um pastor visto de dentro
Em Arame farpado no paraíso, Tiago Cavaco cruza fronteiras geográficas, emocionais e espirituais entre Portugal e Brasil e divide com os leitores um diário de viagem teológico no qual narra as vivências de uma visita que fez ao Brasil, mas que ultrapassou a mera agenda de compromissos e passeios turísticos: foi em meio à realidade do país sul-americano que ele empreendeu uma jornada ao seu interior, prescrutando realidades de seu coração que também dizem respeito ao nosso.
Confira, a seguir, o resumo das cinco entrevistas gravadas para o Podcast Mundo Cristão. Para acessar os áudios, clique nos hiperlinks correspondentes.
Arame farpado no paraíso #1 – Literatura
Polêmica: Um dos pontos altos do episódio reside na repercussão de uma postagem de Tiago no Twitter. Assim escreveu sobre Tolkien, famoso escritor de O senhor dos anéis: “[…] evangélicos fãs de Tolkien terão um círculo para si no inferno”. Tiago pontua suas impressões sobre a polêmica e compartilha “gostos” e “desgostos” relacionados à literatura.
Sobre sua relação com os livros, reconhece a influência da leitura em sua vida, embora afirme não ser um leitor sistemático. Dentre seu repertório literário, cita teólogos e pensadores como Friedrich Nietzsche e Flannery O’Connor, autores que em sua opinião dão vida à fé cristã. Sua atividade favorita é se encontrar na leitura.
Para Tiago, os cristãos deveriam ser pessoas mais literárias, ter uma relação de amor com a literatura, pois foram criados pela Palavra. Destaca que autores didáticos de sua universidade tinham uma característica de assombro pela palavra, sensibilidade muitas vezes escassa no meio evangélico.
Ao final, Tiago compartilha hábitos de leitura e preferências artísticas.
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Arame farpado no paraíso #2 – Brasil
Neste episódio, Tiago Cavaco tece reflexões sobre o povo brasileiro.
Alegria: A “alegria” do brasileiro precisa ser analisada com cautela. Para ele, a obsessão pela alegria pode ofuscar o foco que deve estar no doador da dádiva, Deus. Ao abordar o assunto, o autor faz um contraponto entre “a alegria brasileira” e o “fatalismo português”.
Comportamento: Tiago divide impressões sobre a determinação que o brasileiro tem diante de situações adversas e a generosidade e hospitalidade típicas do Brasil e seu povo. Ao pontuar semelhanças e diferenças entre brasileiros e portugueses, expressa seu ponto de vista no tocante a linhas sociológicas ancoradas em autores como Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro.
Evangelismo transcultural: Tiago elucida pautas candentes da relação igreja evangélica x sociedade brasileira, especialmente a questão da violência, do racismo e dos escândalos no meio cristão.
Ao final, Tiago e Daniel conversam sobre viagem, vida, preferências, carreira e futebol.
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Arame farpado no paraíso #3 – Igreja
No episódio anterior, Tiago e Daniel refletiram sobre a identidade da igreja e os possíveis caminhos para o futuro das comunidades cristãs, especialmente no Brasil e em Portugal.
Neste episódio, Tiago afirma que parte dos conflitos vividos hoje pelos evangélicos reside na concepção frágil do que é a igreja, já que se esquecem da importância da igreja para a salvação, em contraponto com a Igreja Católica.
Arame farpado no paraíso propõe uma busca pelo entendimento sobre o que é a igreja, que coloca em choque as concepções de protestantes e católicos. Longe de encontrar um terreno comum com o catolicismo, Tiago aponta para a eclesiologia — muitas vezes desprezada pelos protestantes — como possível resolução para os conflitos. Sua proposta é que a igreja não é só uma mera transmissora de tradições, mas uma comunhão de amor em meio às angústias e aos sofrimentos desta vida.
Dentre os assuntos, Tiago fala sobre a idealização da igreja, a importância da manutenção da liturgia no meio protestante, as relações entre cidade, igreja e cultura e dá sua opinião no que se refere ao contexto da pandemia e dos cultos on-line.
Assim como nos dois primeiros episódios, o bate-papo termina com perguntas que nos permitem conhecer o perfil do autor, seus gostos e memórias.
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Arame farpado no paraíso #4 – Inferno
Tiago acredita que quanto mais uma cultura idolatra o amor, menos acredita no maligno. Ou seja, que o desejo do amor é o que deixa as pessoas semelhantes ao diabo. Nas Escrituras, o mal se configura não apenas no que é evidentemente ruim, mas também no que parece que é bom. Há coisas aparentemente boas que mais adiante podem se revelar más. Dessa forma, a necessidade de Deus é total.
Para o autor de Arame farpado no paraíso, o problema da perdição é muito mais radical: uma cultura que tão facilmente fala de amor é uma cultura que facilmente está sujeita ao engano. Nesse ponto, Daniel Faria acrescenta a ideia que hoje acreditamos tanto no mal que vem do diabo que já não acreditamos no mal que vem de nós. Com esse pano de fundo, Tiago relaciona a ideia de terceirização da culpa: “pior do que culpar o diabo por tudo, é não nos responsabilizarmos por nada do que acontece em nossa vida”. A graça de Deus motiva o pecador a reconhecer a sua falta e a responsabilizar-se por suas consequências.
Ao longo do podcast, Tiago aprofunda tópicos de Arame farpado no paraíso e partilha com os ouvintes mais curiosidades de seu repertório artístico.
Clique aqui e ouça o episódio Arame farpado no paraíso #4 – Inferno
Arame farpado no paraíso #5 – Paraíso
Chegamos ao último episódio da série de entrevistas com Tiago Cavaco. Ao longo de cinco encontros, Daniel Faria e Tiago discutiram temas centrais de Arame farpado no paraíso. Para ler a resenha do livro, clique aqui.
Provocador, num dos pontos deste quinto episódio, Tiago comenta que achou a Divina Comédia de Dante muito menos interessante quando a narrativa chegou ao céu. Mas, acalme-se leitor, ele explica os motivos de sua afirmação!
Paralelamente, ele diz que a Bíblia “é muito mais tímida” ao falar do céu do que do inferno. A Bíblia fala — e muito — sobre o inferno, não foca apenas na felicidade do céu. Nesse sentido, diz que podemos ser cuidadosos ao falar das coisas boas e tomar algumas liberdades para falar das coisas más.
Questionado sobre a importância de falar sobre a existência do céu, Tiago diz que o céu é esperança que encontramos na Palavra de Deus, é a certeza de que Deus é fiel em suas promessas.
Tiago e Daniel também discutem concepções políticas e/ou teológicas que trafegam num anseio de transformação da sociedade, entre elas a Missão Integral e a Teologia da libertação.
Caminhando para a conclusão do episódio e tendo o título de seu livro como pano de fundo — Arame farpado no paraíso —, Tiago faz menção à experiência cristã: “Para chegarmos ao paraíso, passamos por arames farpados, mas o sofrimento não é a última palavra acerca dos cristãos. Um dos maiores consolos que temos é o fato de não termos sido feitos para esse mundo”.
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Ouça o episódio Arame farpado no paraíso #5 – Paraíso
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