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A ilustração como narrativa

Fique por dentro do processo de ilustração de livros e dos bastidores do Departamento Editorial da MC

Eu adoro ler! E aposto que você, que chegou a este artigo, também. A leitura nos proporciona um exercício de imaginação, reflexão e conhecimento inigualável, sem dúvida!

Mas, no mundo dos livros, existe uma outra forma de narrativa, que pode enriquecer muito nossa leitura. Estamos falando das ilustrações!

Desde os tempos antigos, a arte rupestre já mostrava o poder de comunicação das ilustrações, e elas continuam sendo um fantástico instrumento na literatura moderna.

Em nossa infância,

a nossa aproximação com a leitura vem de livros onde os desenhos precisam transmitir a mensagem ao leitor de forma mais clara que o próprio texto. Eles não são apenas um apoio ao texto, os desenhos são a própria história!

Hoje, cada vez mais jovens e adultos se mostram interessados pelas chamadas graphic novels, vertente das conhecidas histórias em quadrinhos, geralmente encadernadas em formato de luxo, com capa dura e papel de boa qualidade.

Um verdadeiro mercado em ascensão.

Ou seja, as ilustrações atraem todas as faixas etárias, afinal, os ilustradores são verdadeiros artistas, que nos encantam com seu estilo e capacidade de transmitir uma mensagem através da arte.

E este também é um dos desafios que temos na Mundo Cristão: identificar quando um livro necessita de ilustração para enriquecê-lo, de forma que ele possa se comunicar melhor com o leitor.

E, com certeza, não é um processo fácil, pois cada livro tem um “tom”, o que demanda uma intensa busca pelo ilustrador correto, que mostre com seu traço aquilo que o livro precisa.

E como chegamos a esse profissional?

Aqui está a importância do bom e velho portfólio! Hoje, com a facilidade da Internet, buscamos os portfólios online dos artistas, verificando referências e trabalhos desenvolvidos em outros livros ou meios (revistas, publicidade etc.).

Depois dessa escolha, entramos em contato com o ilustrador, para ver a disponibilidade que ele tem para executar o trabalho, definindo prazos e um encontro pessoal para apresentarmos o projeto e a linha gráfica que seguiremos.

Geralmente, nesse período,

já temos uma parte ou todo o livro já escrito, o que nos facilita para criarmos o chamado briefing, que são as instruções de como será cada cena que o ilustrador fará a partir do texto do autor.

Alguns escritores já definem dentro do seu roteiro como será cada ilustração (plano dos personagens, cenário, cores para simbolizar determinada cena etc.), outros preferem que o ilustrador faça todo o exercício de imaginação e interpretação do texto. Também temos casos em que a equipe da Mundo Cristão faz o briefing para cada cena. O que nos faz chegar ao próximo passo: o esboço.

Antes de termos a ilustração propriamente dita,

o ilustrador nos envia o rascunho (também é muito comum usarmos o termo em inglês sketch ou rough), um esboço a lápis que nos dará um panorama de como será a arte, sendo que é nessa hora que solicitamos ajustes ou pedimos mudanças mais drásticas em cima do que foi apresentado.

Após a aprovação do esboço, as mudanças precisam ser mínimas, pois vai demandar mais tempo e dedicação do ilustrador para trabalhar o traço mais apurado e a parte de colorização ou pintura.

Atualmente,

grande parte dos artistas já lançam mão da tecnologia para seus trabalhos, utilizando as mesas digitais, que nada mais são do que monitores sensíveis ao toque e à caneta digital, ferramenta que se adequa à posição desejada pelo artista, como as tradicionais pranchetas.

No recurso digital, pode-se chegar a trabalhos tão bons quanto os feitos da forma tradicional, simulando diversos tipos de tintas, pincéis e outras técnicas. Porém, alguns ótimos artistas ainda preferem todo o desenvolvimento da arte da forma tradicional, com tintas e recursos manuais. Apenas depois da finalização, a arte é digitalizada para o envio à editora.

A Mundo Cristão não costuma ter muitos títulos com o uso da ilustração, mas quando temos, cuidamos de tal projeto com todo carinho, pois é um verdadeiro deleite trabalhar com esse estilo de narrativa.  

E você, é um artista e gostaria de desenvolver projetos para livros? A minha dica é: cuide bem do seu portfólio, atualizando-o sempre que possível e apresentando técnicas e estilos diversos.

Para o meio editorial,

respeitar prazos é muito importante, portanto, não entre em projetos que você sabe que não conseguirá cumprir. Seja maleável. Nem sempre a ideia do artista corresponde à necessidade do projeto e mudanças são necessárias. Assim, projetos primorosos podem chegar à mão dos leitores de todas as idades. 

Felipe MarquesEncarregado de Produção Editorial

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